Roteiro Tailândia Centro, Sul e Ilhas: KOH SAMUI, KRABI, PHI PHI, PHUKET e muito mais!

CENTRO: KOH SAMUI, KHAO SOK e KRABI

Depois do Norte, apanhámos então um voo para a zona mais central da Tailândia, abaixo de Bangkok mas ainda não completamente no Sul e nas Ilhas. E é importante fazer esta distinção porque as “Ilhas” não foram a nossa parte preferida da Tailândia, mas nesta zona central conseguimos ter praia e ainda selva e cultura e muita coisa boa.

Nesta fase, começamos com as escolhas difíceis… porque enquanto no Norte é claro onde devemos ir, quando passamos para as zonas do centro e do sul, cada pessoa tem a sua opinião. Por isso, temos de pesquisar um bocado e tentar perceber exactamente o que pretendemos, para decidir entre a ilha ou a zona que escolhemos.

KHO SAMUI

A nossa escolha por Koh Samui nesta fase da viagem teve a ver com querermos ainda ter alguma coisa para ver/fazer sem ser só praia… mas arrependemo-nos.

Estamos a falar de uma ilha completamente turística, com pouca relevância cultural, muito virada para o turista e onde as praias nem são assim tão interessantes. Temos alguns templos e monumentos, pequenas coisas para visitar mas espalhadas pela ilha.

Os destaques aqui são: Wat Khunaram (o Buddha mumificado, e não estamos a brincar acerca disto), Wat Phra Yai (um templo junto ao mar com um conjunto de estátuas impressionantes), Wat Plai Laem e o Guan Yu Shrine, que é apenas uma estátua, representativa da influência chinesa na ilha.

Ainda há o Tarnim Magic Garden (no meio do nada, um pequeno espaço com estátuas de madeira), mas nada é extraordinário, são só os pontos de interesse na ilha. E tenham em conta que Kho Samui não é assim tão pequena, por isso ou alugam carro/mota ou então vão pagar um balúrdio de taxi para ir visitar estes sítios.

Só que na maioria dos sítios sentimos que estávamos no Algarve em época alta, com ruas paralelas à praia cheias de restaurantes, bares e lojas de souvenirs.

A nível gastronómico, seguimos a mesma linha do resto da Tailândia, ainda que se comece a encontrar mais peixe e marisco pequeno. Os restaurantes são muito caros (e vão ficar ainda mais à medida que saltamos para as ilhas mais conhecidas), e mesmo a street food já tem preços mais altos e ofertas mais “internacionais”.

No fundo, ficamos contentes por haver mais opções internacionais porque o mais tradicional deixa a desejar (pelo preço e pela qualidade). Daí que nos tenhamos refugiado em hambúrgueres (neste caso do Prime Burger Samui e foi um smash burger do caraças!) e noutras coisas menos tradicionais.

E, no meio de tudo isto, num pequeno restaurante à beira da estrada, comemos um dos melhores pratos que comemos na Tailândia: Beef with Garlic and Pepper. Uma coisa muito simples, mesmo: carne de vaca frita com muito alho e pimenta, mas tão próximo daquilo que é a nossa comida portuguesa que ficámos apaixonados! E tentámos encontrar outra versão parecida durante o resto da viagem, mas sem sucesso. 🙁

KHAO SOK

Depois desta espécie de “introdução às ilhas” que foi Kho Samui, chegámos a um dos pontos altos da nossa viagem, assim com um dos mais esperados, mesmo que num registo completamente diferente.

Khao Sok é uma zona dominada por um parque natural simplesmente maravilhoso. Acessível apenas de long boat numa viagem de quase uma hora, tem paisagens lindíssimas, caminhadas pela selva, dormidas em bungalows em cima do rio, exploração de caves…

Não há forma de descrever tudo aquilo que fazemos e sentimos nesta zona. Por isso, a nossa sugestão é muito simples: procurem uma tour de 2 ou 3 dias por esta zona. E acreditem que vai ser uma experiência inesquecível. Duas dicas que gostávamos que nos tivessem dito: comprem um bom repelente, deet 95 à prova de sanguessugas (sim, leram bem. Nesta zona de selva há muita bicharada mas esta é das mais de E tenham atenção que a visita à cave é mesmo uma aventura, aranhas dignas de um filme de terror, apenas uma luz pequena na cabeça portanto está tudo escuro à vossa volta, água pelo pescoço e alguma escala. Se não estão em boa condição física não arrisquem.

KRABI

Depois de uma experiência tão marcante, sabíamos que os próximos passos podiam ser mais… “normais”. Na nossa viagem, descemos para província de Krabi, de onde vamos então passar para as ilhas mais paradisíacas e os cenários de praia “mete nojo”!

Escolhemos ficar alojados em Krabi Town porque lemos em todo o lado que tem um excelente Night Market. E a verdade é que foi um dos melhores que encontrámos desde o início da viagem, com todo o tipo de ofertas a nível de street food.

Continua a existir cada vez mais peixe e marisco, assim como opções de carne, o que é sempre interessante. Peixe ao sal, aqui recheado com lemongrass, carne grelhada com molho barbecue (com demasiado açúcar, para não variar…). Enfim, muita coisa para variar dos pad thais e salteados habituais.

E ainda encontrámos no Night Market de Krabi o melhor spot de sobremesa de sempre! A bancada desta senhora, que faz panquecas no momento, com todo o tipo de desenhos possíveis. Panquecas deliciosas, para começar, e que custam 10 baths cada uma! Brutal!!! 🙂

Nesta zona temos ainda várias piscinas naturais que valem a pena a visita porque a envolvente é lindíssima… e o Wat Tham Sua (Tiger Temple Cave), um templo que fica no cimo de uma montanha, com um acesso feito por 1260 degraus irregulares e altos… na companhia de macacos! A vista do topo desilude, mas se quiserem uma aula de cardio, aqui está ela.

E, claro, mesmo na zona de Krabi temos praias… ainda não as mais bonitas da viagem, mas muito boas! Ao Nang Beach é a praia mais próxima de Krabi Town, fica a cerca de 40 minutos de autocarro público e, não sendo fantástica, cumpre bem. No fundo, serve mais como o ponto de partida dos long boats para as dezenas de ilhas ali à volta, que são menos povoadas e têm águas mais límpidas.

Mas se não quiserem ter essa despesa, sugerimos que façam os 500 metros do Monkey Trail no final da praia de Ao Nang e vão chegar a uma outra zona de praia mais isolada e menos mainstream, onde podem estar mais à vontade.

SUL: RAILAY BEACH, KOH YAO NOI, PHI PHI e PHUKET

Estamos a aproximar-nos do final da viagem, cada vez mais ao sul. Nesta recta final feita no sul e nas ilhas deparamo-nos com muito mais turismo, assim como com preços mais altos e com mais praia, mas nem sempre boa. Ora, tendo em conta a quantidade de opções que existem, a decisão pelas ilhas a visitar deve ser feita dependendo daquilo que pretendem: diversão, descanso, praia, selva…

RAILAY BEACH

Nós passámos de Krabi para a zona de Railay Beach e adorámos!

Railay Beach tem um vibe muito calmo, com turistas jovens, numa onde hippie, malta que vai descansar e aproveitar a praia, sem grandes confusões ou festas. Aqui lembrámo-nos muito de Pai (no Norte), porque o vibe é semelhante, ainda que com diferenças a nível geográfico. Optámos pelo View Point Hotel que fica ao pé do cais, mas que fica a 10m a pé da praia principal.

A praia em si é fantástica, e é de aproveitar durante o dia (mesmo tendo em conta que não existem grandes zonas de sombra) e também ao final da tarde, para ver o pôr do sol. Querem ver fotos? Aqui estão!

E depois há de tudo um pouco a nível gastronómico! Temos cada vez mais opções de peixe e marisco, ainda que o marisco tenha preços muito próximos dos praticados por cá. Fazemos uma refeição de peixe e marisco porque precisamos mesmo de comer alguma coisa diferente dos caldos e noodles e salteados!

Muitos grelhados, incluindo frango!!! Mas que nos desilude um pouco porque é demasiado seco. E claro, continuamos a ter os clássicos caldos de noodles e salteados tipicamente tailandeses.

Há diversas tours a sair da zona de Railay Beach, nomeadamente para pequenas ilhas ali perto, onde podemos ver alguma beleza natural, fazer snorkeling (em locais fantásticos!) e aproveitar praias paradisíacas.

A tour mais procurada passa por Chicken Island (onde tiramos apenas fotos), Koh Thap (um conjunto de duas ilhas onde podemos fazer praia num cenário natural incrível) e Koh Poda, que é uma das melhores praias onde estivemos durante toda a viagem, e onde podemos ver um pôr do sol magnífico.

KOH YAO NOI

Depois de Railay Beach, escolhemos Koh Yao Noi para ir passar uns dias. A informação que recolhemos estava certíssima: ilha muito pouco turística, com praias isoladas, mas sem muita gente.

Aqui resolvemos fazer vida de “ricas” e escolhemos resort Paradise Koh Yao Noi para passar uns dias. Completamente isolado, com praia privativa, numa suite com piscina privada e vista mar, para descansar a sério. Se poupámos noutros momentos destas férias, foi para isto! 😉

PHI PHI ISLANDS

Ora… depois de uns dias de descanso no paraíso, seguiu-se a decepção gigante que são as ilhas Phi Phi. Mas começamos por fazer um disclaimer: fomos às Phi Phi em excursão, não chegámos a ficar lá alojados. Fizemos as contas e percebemos que ou ficávamos num hotel central, no meio da confusão, ou então se ficássemos mais isolados noutras zonas da ilha, iríamos pagar um balúrdio em transportes (porque lá só se anda de barco). Por isso decidimos não ficar alojados.

A tour às Phi Phi mostra-nos tudo aquilo tem o turismo desenfreado faz por destinos que podiam ser fantásticos. Demasiadas pessoas em todo o lado, tudo demasiado explorado, horários rígidos e sem espaço para explorar… enfim, uma tristeza.

Por exemplo, Maya Bay é uma zona lindíssima, a praia em si tem água límpida e uma envolvente natural muito bonita. Mas a procura desenfreada de turistas fez com que proibissem os banhos, então temos centenas de turistas a atropelar-se para tirar fotos com os pés dentro de água. A foto em si é bonita, mas o “making off” é assustador…

Monkey Beach é uma pequena enseada cheia de barcos com turistas a atirar bananas aos 3 macacos que lá estão parados… Aliás, o nosso guia descreveu o cenário da melhore maneira: “200 tourists, 2 monkeys… no good!”

A zona de Pileh Lagoon também podia ser uma experiência bonita, porque no fundo é um espaço de mar entre enormes rochedos… mas há tantas pessoas e barcos que literalmente cada tour de 40 pessoas tem apenas um pequeno quadrado demarcado dentro de água para fazer seja o que for (nadar, andar de kayake, fazer snorkeling…).

E depois, mesmo o snorkeling é feito em zonas com poucos peixes, pelo menos em comparação com o que fizemos noutras ilhas. Juntando a isto as praias cheias de barcos e de pessoas, uma zona central da ilha cheia de restaurantes internacionais mas sem alma nenhuma… enfim, foi uma experiência desastrosa. Não recomendamos as Phi Phi, de todo.

E sim… agora vem para aí alguma malta dizer que “vocês escolheram mal porque foram em tour e deviam era ter ficado num hotel nas Phi Phi longe do centro, isolado e tal e tal…”. Pois, se calhar isso torna a experiência mais agradável. Mas… também mais cara. Porque nas Phi Phi anda-se de barco para todo o lado! Por isso – e como dizemos em relação a tudo – isto foi a nossa experiência, que não recomendamos a ninguém. Não só pela tour em si, mas porque aquilo que vimos não foi assim tão interessante.

PHUKET

Finalmente… Phuket! A última paragem da nossa viagem é naquela que é considerada a meca da praia na Tailândia, onde toda a gente vai parar. Durante este mês de viagem fomos conhecendo imensa gente que orientou as suas férias para fazer apenas Phuket e Bangkok… saiba-se lá porquê.

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Nós optámos por começar uns dias em Karon Beach, para evitar as zonas mais comerciais e de festa. Karon Beach tem uma praia muito boa, ainda que não seja das mais bonitas que visitámos. Mas é calma, tem espreguiçadeiras baratas, água quentinha. Foi exactamente o que precisávamos. Escolhemos o Glow Mira Karon Beach, ficava a 5m a pé da praia, muito moderno e já ao estilo europeu para matarmos saudades 😉

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A zona em si está cheia de turistas russos, e por mais que pesquisássemos, não conseguimos perceber porquê. Estamos a falar de uma enchente, só ouvíamos falar russo na rua, ao ponto de as próprias sinaléticas de lojas e restaurantes estarem escritas em tailandês e depois em russo!

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Depois de uns dias de praia, passámos para Phuket Old Town. Mas foi outro fail, porque é a zona mais desinteressante da ilha, menos turística mas porque não há mesmo muito para ver. No fundo estamos a falar de um conjunto de ruas com edifícios que remetem para a arquitectura europeia, onde temos algumas lojas e restaurantes, e depois alguns mercados mais afastados (mas que só abrem em dias específicos).

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Não sentimos aquele vibe que sentimos noutras zonas por onde passámos, aqui é tudo demasiado frio. Nem sabemos bem como explicar, mas não nos sentimos na Tailândia.

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E, finalmente, a zona principal de Phuket: Patong Beach. Bom, a praia em si é razoável, embora Karon Beach seja melhor. Não fomos às praias que dizem ser mais bonitas, como Freedom Beach, porque percebemos que se paga o acesso à praia. Mas no centro de Patong, desde que não fiquem mesmo em frente à Bangla Walking Street, ficam bem.

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Depois, a tal Bangla Walking Street… que é como uma Khao San Road mas em esteróides! Mais bares, maiores e mais barulhentos, casas de espetáculos, algumas coisas degradantes à vista de toda a gente. Já nos tinham dito que parecia destino de despedidas de solteiro ou festas adolescentes, mas isto é um nível ainda acima disso. Há tanto barulho que é quase impossível andar na rua, somos abordados constantemente para tudo e mais alguma coisa. E o que é mais curioso é que nem nos pareceu existirem assim tantos turistas com este tipo de registo mais “arrojado”.

Vale a pena visitar para perceber do que se trata, porque não deixa de ser uma experiência. Mas nem pensem em ficar alojados nesta zona, especialmente se quiserem dormir descansados.

Em relação a comidas, em Phuket voltamos a ter alguns mercados de rua e alguma street food, mas nunca ao nível de Bangkok ou do norte da Tailândia. É tudo mais limitado a nível de opções, há cada vez mais coisas internacionais, e os preços são efectivamente mais elevados.

Ainda assim, provámos em Phuket alguma boa comida. Existe muita presença da cozinha chinesa e de ingredientes do mar, o que até faz sentido. Vemos menos salteados e mais pratos baseados em caldos, o que é uma novidade, e as carnes estão também cada vez mais presentes nas opções (especialmente o porco, ao contrário do norte onde há muita galinha).

No fundo, esta última semana de férias não deixou grandes saudades. O Sul e as Ilhas até podem ter o seu encanto, especialmente se procuram um destino para praia e festa. Mas depois do Norte, sentimos que estávamos num destino muito mais próximo daquilo que podemos encontrar noutra qualquer zona de praia.

E pronto, estamos de volta! Foram 33 dias, 14 hotéis, mais de 20 cidades/locais, 9 voos, centenas de kms a conduzir, dezenas de templos e ainda mais pratos provados. A Tailândia é um país culturalmente muito rico, especialmente no centro e no norte, e a nível gastronómico é muito mais complexo do que as poucas referências que são exportadas (pad thai e fried rice sendo as mais importantes). Este roteiro é demasiado longo, mas dá para perceber o que gostámos mais ou menos, para que possam fazer as vossas escolhas! 🙂

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