Roteiro CHIANG MAI, CHIANG RAI e PAI (Tailândia)

Depois de Bangkok, partimos para o Norte da Tailândia em regime roadtrip. Alugámos um carro, que convém ser automático porque se conduz do lado contrário da estrada, e deve ser um filme meter mudanças com a mão esquerda! No roteiro levámos já algumas paragens planeadas, mas a vantagem de andar de carro é mesmo podermos ir improvisando. E há sítios mais próximos de Bangkok para os quais nem sequer precisam de carro para ir, porque podem visitar em excursões. Nomeadamente:

roteiro chiang mai chiang rai pai

O Mae Klong Market, mundialmente conhecido por ser o mercado montado na linha do comboio. É muito visitado por turistas, é verdade, mas não deixa de ser um mercado local, para locais, que andam também por lá a comprar coisas. E a coreografia que os vendedores fazem antes da aproximação do comboio é algo que merece ser visto, porque tudo está perfeitamente estudado para ser recolhido e voltado a montar de forma milimétrica e a grande velocidade.

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Um Floating Market, dos vários que existem nos arredores de Bangkok. Aqui é mesmo escolher, porque há imensos e cada tour vos leva a um diferente. Vão ver muitas fotografias destes floating markets cheios de barcos nos canais, mas isto já não é bem assim. Há cada vez menos vendedores a usar barcos, e cada vez menos locais a comprar. É uma experiência, mas não é tão interessante como parece nas fotos das tours.

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Outra tour interessante é à zona de Kanchanaburi, onde podemos ver a célebre Ponte do Rio Kwai e andar de comboio na Death Railway. O nome é mais pomposo do que a realidade, porque mesmo as fotos que se encontram na net de uma linha de comboio feita de madeira, que parece estar a cair, é na realidade um pequeno percurso do caminho.

roteiro chiang mai chiang rai pai
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De qualquer forma, a simples viagem de comboio é muito bonita, porque é uma incursão ao countryside tailandês, com paisagens lindíssimas. Vale muito a pena, acreditem!

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Mais longe, temos Ayutthaya. Uma zona arqueológica impressionante, composta por diversos pólos distantes uns dos outros – têm de ir de tuk tuk ou de bicicleta de um para o outro. Mas isto acaba por resultar num flop porque não existem guias a explicar o que são as diversas ruínas.

ayyutaya

Nem sequer existem placas informativas, por isso estamos literalmente a ver ruínas sem saber o que são… São imponentes, há coisas muito “instagramáveis” (como o Buddha na árvore), mas ficamos com aquele sentimento de que há aqui um potencial turístico ainda maior. Enfim…

sukhotai
sukhotai

Seguindo a viagem para o Norte, vale a pena parar em Sukhothai, uma das antigas cidades importantes da Tailândia. A zona nova não tem grande interesse, mas a zona arqueológica é um espaço lindíssimo e cheio de monumentos em excelente estado de conservação. É mais fácil de visitar a pé do que Ayutthaya, porque os pólos de interesse estão mais próximos, mas também há a opção de alugar uns carrinhos elétricos muito fofos para se deslocarem. Mas, novamente, não há guias para nos acompanhar no percurso, nem sinalética informativa nos monumentos. Importante referir que esta segunda paragem só foi possível porque viemos de carro. Fazer uma excursão de Bangkok por exemplo implica 10h de viagem (ida e volta).

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CHIANG MAI

Depois de dois dias de viagem, chegamos finalmente a Chiang Mai! A “capital” do Norte da Tailândia, uma cidade cheia de cultura e com uma vida noturna vibrante. Night markets, walking streets, zona de bares e restaurantes, tudo o que possamos imaginar, mas mais compacto e bem cuidado do que em Bangkok. Até o tipo de turismo aqui é diferente, mais descontraído, menos apressado. Há um vibe muito bom nestas zonas, onde nos apetece fazer as coisas com mais calma e aproveitar melhor as cidades e zonas envolventes.

Chiang Mai tem imensos templos interessantes na zona histórica (que fica dentro de uma espécie de muralha), e recomendamos andar a pé pelas ruas, mesmo sem grandes mapas, apenas para viver a cidade. Há sempre recantos engraçados, lojas giras, sítios para petiscar qualquer coisa. Nós ficámos hospedados no Mountain View Guesthouse, já dentro da zona histórica, a walking distance de tudo, um sítio muito sossegado e com uma envolvente natural muito engraçada.

No final da tarde, vão até ao Huay Tung Tao, um lago próximo da cidade onde os locais vão relaxar numas casinhas à beira do lago, um cenário idílico.

E entre muitas outras coisas, há três atividades imprescindíveis para fazer em Chiang Mai:

Visitar um santuário de elefantes. Nós arranjámos um contacto local (se forem, peça-nos por mensagem privada de Instagram!) e fizemos uma espécie de tour personalizada, nada turística, a um preço fantástico.

E esta foi uma das experiências mais marcantes que tivemos na vida. O guia – Ton – percebe imenso da cultura e adora mesmo os bichos, e levou-nos a uma quinta onde estivemos com 2 elefantes a passear, a dar-lhes comida, a interagir com eles (4 pessoas para 2 elefantes). Os bichos habituam-se à nossa presença e no final já estavam constantemente a tocar-nos. E não, não há cá dar-lhes banho (porque não gostam) nem andar em cima deles. É simplesmente fantástico.

Ver um espetáculo de Muay Thai. Mesmo sendo completamente turístico, faz parte da experiência tailandesa. Escolhemos fazê-lo em Chiang Mai porque nos disseram que têm menos show-off do que em Bangkok ou em Phuket, e talvez até seja assim. Mas não deixa de ser um espetáculo montado para turistas.

E fazer uma cooking class de comida tailandesa. Se calhar nem vos passava pela cabeça, mas acreditem que é algo que têm mesmo de fazer, porque vai ser uma experiência incrível!

Nós fizemos com a Zabb e Lee Thai Cooking School e foram 5 horas a fazer 5 pratos, com muita diversão pelo meio. A maioria dos ingredientes já estão prontos para facilitar, mas o cozinhar é feito por nós, e depois comemos o que fizemos.

O curso é dado numa quinta biológica um pouco afastada do centro da cidade e este cenário ajuda a tornar a atividade ainda mais interessante. E no final até trazemos um pequeno livro com as receitas!

De resto, Chiang Mai é um excelente sítio para passar uns 4 dias, com calma. Ver os templos, explorar os night markets, provar pratos diferentes (já falamos disso mais à frente), fazer uma massagem, enfim, descansar.

PAI

Pai fica ainda mais no Norte da Tailândia, saindo de Chiang Mai em direção à fronteira. São 3 horas de caminho por uma estrada com 762 curvas, algumas muito apertadas, quase sempre a subir. Se forem de carro, é ir com cuidado e atenção; se forem em tour, é tomarem comprimidos para o enjoo.

Pai é uma zona para backpackers, nómadas digitais, expats, malta zen, uma espécie de grande comunidade hippie. É esta a vibe que a cidade transmite, aliás, toda aquela zona. Há muita calma, mas ao mesmo tempo a vida noturna é muito variada, ainda que num registo mais de bares e não tanto de discotecas, com barulho e confusão.

O que devem fazer de certeza em Pai é ir ver o pôr do sol no White Buddha. É próximo do centro da cidade, e vão ao final da tarde, subam as escadas e fiquem um bocado a apreciar. É uma vista fantástica e transmite aquele feeling que descrevemos em cima: calma e tranquilidade.

A cidade em si não tem muito mais do que uma walking street enorme, mas em volta existem imensas atrações na natureza. Locais que valem a pena uma visita, com calma, ou de carro ou de mota. Mas sempre com atenção aos acessos, que são complicados (estradas pouco alcatroadas, subidas muito íngremes…).

Podem começar pelo Pai Canyon (que até é mais bonito ao pôr do sol), passar pelas Hot Springs (se forem pessoas de termas), ou ir a outras das atracções dentro do parque natural.

Mais engraçado do que isto tudo é mesmo a Bamboo Bridge. No fundo é uma enorme extensão de terreno agrícola que é atravessado por uma gigante passadeira feita de bambu. Um passadiço, vá, se quiserem. Mas aqui temos uma envolvente natural única, o que torna este passeio em algo que vale a pena fazer, se estiverem na zona.

A uma hora de caminho fica a Nam Lod Cave, que é uma caverna pouco explorada e lindíssima. Um guia local acompanha-nos com uma lâmpada de gás e até podemos fazer um passeio de longboat dentro da caverna. Aconselhamos vivamente!

Pai até pode não ser o sítio mais acessível do Norte da Tailândia, mas vale a pena visitar, sem dúvida. É um ambiente que não encontram em mais lado nenhum (curiosamente, o mais próximo deste feeling que encontrámos foi em Railay Beach, mas disso falamos mais à frente), e esta paz e calmaria merecem atenção da nossa parte.

CHIANG RAI

Para fechar a roadtrip no Norte da Tailândia, conduzimos até Chiang Rai. Novamente, há excursões a partir de Chaing Mai, duram 1 dia inteiro, e levam-nos aos sítios mais turísticos.

Na realidade, Chiang Rai é cidade menos interessante de todas as que visitámos no Norte, com a excepção dos mercados noturnos. Os pontos turísticos mais interessantes são poucos e muito afastados do centro da cidade, o que implica andar de carro (ou taxi ou tuk tuk). São giros, mas a logística torna-se mais complicada. Nós ficámos por lá 3 dias e sentimos que era demasiado.

Estamos a falar basicamente de três, começando com o White Temple, que fica literalmente à beira da estrada, mas que é muito bonito e bem cuidado, um paraíso para fotos artísticas. Como estas em baixo:

Depois ainda há o Blue Temple – adivinhem… azul. São templos construídos há relativamente pouco tempo, e sentimos que parecem ter sido construídos apenas para se tornarem atracções turísticas. São bonitos, é verdade, mas falta-lhes alma.

Finalmente, a Black House, que é um museu ao ar livre dedicado a um importante artista tailandês. A exposição é interessante, mas as próprias casas e estruturas no meio dos jardins são ainda mais giras, assim numa óptica um bocadinho gótica.

Mais longe do centro de Chiang Rai, podemos ainda visitar uma comunidade de mulheres “long neck” (vão pesquisar, não tirámos fotos porque achámos que era só parvo). Podemos ainda ir ao Golden Triangle, onde o rio Mekong banha os 3 países vizinhos: Tailândia, Laos e Mianmar.

E ainda nos arredores de Chiang Rai temos uma das maiores ziplines da Tailândia, se procuram uma experiência mais radical. Aliás, até a própria viagem até à Jungle Flight Zip Line é muito radical, porque a estrada de acesso nem tem descrição. De qualquer forma, foi um dos pontos altos da viagem, especialmente se gostam deste tipo de coisas!

A COMIDA NO NORTE DA TAILÂNDIA

Por maior que o país seja, é normal que a gastronomia tailandesa tenha imensos pontos em comum de região para região. No Norte o registo é semelhante ao que encontramos em Bangkok, mas com mais influências da cozinha chinesa, principalmente à medida que nos aproximamos mais da fronteira.

O prato mais emblemático desta zona é o Khao Soi, um prato de origem chinesa mas que se tornou muito comum no norte da Tailândia e no Laos. No fundo, é um caldo com noodles e frango (muitas vezes uma perna inteira), carregado de lemongrass e com topping de noodles fritos, que lhe dão uma crocância muito engraçada. Provámos vários – e até cozinhámos um nós mesmos! – e o que varia é a intensidade do caldo, mais ou menos espesso. É pena não se encontrar em restaurantes cá em Portugal, porque é um prato muito rico e cheio de sabor!

Outra especialidade é a Sai Oua, uma salsicha tailandesa muito condimentada, servida às rodelas, para comer em andamento. Quando dizemos “muito condimentada” é mesmo a sério, porque as ervas e temperos quase se sobrepõem ao sabor da carne. Nós ficámos fãs, mas não é para toda a gente.

Depois, começamos a ver cada vez mais Caril, de todas as formas e cores. O caril verde (green curry) é o mais habitual e também mais forte, mas sentimos que é também mais aromático do que o caril indiano, por exemplo.

Começámos a ver mais opções de carne em registo de street food, especialmente grelhadas e com molho barbecue, que é muito diferente daquele a que estamos habituado, por ser demasiado doce. Aliás, este é um “problema” recorrente na Tailândia: molhos, caldos e bebidas tendem a ser doces, pela simples adição de açúcar. Pronto, é assim.

E ainda há todo o tipo de coisas estranhas (e deliciosas) em registo de street food, o que é sempre muito bom! Salgados, doces, coisas que conseguimos identificar, outras nem por isso. A nossa ideia foi sempre a mesma: chegamos aos mercados e vamos experimentando aquilo que não conhecemos. É uma lotaria, é verdade… mas só assim é que conhecemos coisas novas! 🙂

E aqui no Norte temos ainda a vantagem dos preços serem muito acessíveis, por isso é um paraíso para quem gosta de comer! Mal sabíamos nós que no Sul as coisas mudam radicalmente…

Nesta altura, terminámos a viagem pelo Norte da Tailândia e apanhámos um avião para a zona centro do país, de onde depois seguimos para o sul e as ilhas.

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