CASA DA DÍZIMA

Um clássico da “linha”.

Há restaurantes que resistem à erosão do tempo. Que, independentemente de modas e tendências, se vão mantendo mais ou menos iguais, porque têm o seu posicionamento e o seu público mais ou menos definido, o que faz com que resistam ao passar dos anos. A Casa da Dízima é um desses restaurantes e, mesmo que passe muito tempo sem lá voltarmos, quando regressamos percebermos que está tudo mais ou menos igual. Para o bom e para o menos bom.

casa da dízima

A Casa da Dízima fica em Paço d’Arcos, o que até pode parecer um pouco fora de mão se não fosse mesmo em cima da Marginal, o que simplifica bastante as coisas. E o estar mesmo junto da Marginal significa vista para o mar, especialmente na esplanada/terraço (que abre principalmente na Primavera e Verão). Mas, na nossa opinião, nem é esse terraço que mais se destaca no restaurante…

O espaço interior é muito bonito, com paredes de pedra, a puxar para o antigo/tradicional, com mobiliário de madeira a condizer. As enormes janelas deixam entrar a luz natural durante o dia, e à noite a iluminação acaba por dar um feeling muito romântico ao espaço, muito mais acolhedor do que a completa ausência de decoração pode dar a entender.

Em relação ao serviço, é daquele tipo que está equilibrado entre o formal e informal. Ou seja, há uma atenção nos pormenores, mas não é demasiado presente nem impositivo. Os empregados dão sugestões sem impor nada. Gosto quando me sugerem o que comer hoje e o que beber a acompanhar, mesmo que não siga essa sugestão. E gosto ainda mais quando essas sugestão não são necessariamente os pratos mais caros da carta, porque mostra que existe uma preocupação maior em fidelizar o cliente do que em fazer dinheiro rápido.

casa da dízima

Em relação à comida – que é sempre o que mais interessa – estamos no registo mais ou menos tradicional, mas com toques de “sofisticação”. Ou seja, não é demasiado sofisticada ou arrojada, mas também não estamos a falar de pratos completamente típicos. É, se quisermos definir num termos, aquela coisa da “inspiração mediterrânea”. Por isso, podemos encontrar na ementa pratos que reconhecemos pelo nome mas que depois têm um pequeno twist, como a Perna de Pato confitada, servida com Risotto de Lima, ou os Filetes de Peixe-Galo com Açorda de Camarão e Espargos verdes.

casa da dízima

Ou ainda coisas mais diferenciadoras como o Folhado de Cogumelos e Presunto, o Gaspacho com Cavala braseada ou ainda a Vitela (de comer à colher) com Tortellinis de Abóbora, tudo pratos cuja base nos é reconhecível mas nos quais depois temos apontamentos mais contemporâneos ou cuidados. Ou menos tradicionais, se quiserem. Não há nada a apontar à confecção dos pratos nem mesmo à apresentação e, mesmo que não exista também um factor de genialidade, não há problema nenhum. Porque não disso que estamos a falar na Casa da Dízima: aqui estamos a falar de boa comida, com um toque de sofisticação, bem apresentada, sem invenções.

Numa altura em que os restaurantes procuram ser únicos e apresentar sempre ofertas diferenciadas, é muito bom saber que há espaços que preferem não inventar, ser fiéis àquilo que sempre os caracterizou. A Casa da Dízima continua a ser um clássico da Linha de Cascais/Estoril por isso mesmo, por ser manter fiel ao que sempre foi: um bom restaurante, com serviço competente, carta de vinhos muito interessante, comida bem executada e um preço que não choca ninguém. Ora… se a fórmula resulta, para quê mudar?

Preço Médio: 38€ pessoa (com vinho)
Informações & Contactos:

Rua Costa Pinto, 46 | 2770-044 Paço de Arcos | 21 446 29 65

1 comentário em “CASA DA DÍZIMA”

  1. Perfeito, pena não informar que existe um parque ( pago e a 50 metros do restaurante) de estacionamento público, no Hotel Vila Galé, ao lado da entrada do jardim municipal

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