Não é “O” Templo, é só mais uma igreja…
A moda das hamburguerias acalmou bastante, mas não passou. Aliás, dificilmente vai passar, porque parece fácil abrir uma: não obriga a pensar muito, há fórmulas que resultam e, na maioria dos casos, basta copiar casos de sucesso mudando os nomes e pronto! Mas no meio de todas, há algumas que vão tendo mais destaque que outras, hamburguerias que conseguem sobressair da mediania e criar todo um hype à sua volta. Como o The B Temple.
A vizinhança é boa: portas meias com o Belcanto e o Largo. Não tem nada a ver, é certo, mas é engraçado.
Entramos no The B Temple e descemos imediatamente à cave, porque o restaurante fica abaixo do nível da rua. O que torna ainda mais engraçado todo o espaço, que parece uma espécie de calabouços trendy. Muitos recantos, elementos metálicos nas paredes, inúmeras placas de madeira com frases engraçadas, iluminação baixa. Nada disto é novo, mas quando olhamos para as poucas janelas e nos lembramos que estamos abaixo do nível da rua, tem muito mais graça.
A carta segue a lógica geral das hamburguerias: hambúrgueres com nomes giros, que aqui se estendem também ao pregos (outro destaque da carta). Nada de especialmente inovador nas combinações dos diversos hambúrgueres também. Percebo que não há muito mais a inventar, mas é repetitivo ver sempre o hambúrguer mais caro a ter bacon, cebola caramelizada e ovo estrelado, por exemplo.
Mas enfim, foi esse mesmo que pedimos. O Pecado tem queijo, cebola caramelizada, ovo estrelado (bem estrelado, o que já é uma vitória!), bacon e tomate, servido em pão brioche. Carne muito boa, servida no ponto pedido, o que é logo meio caminho andado para ser um bom hambúrguer! O conjunto funciona muito bem e é tudo realmente muito bom… com a excepção do brioche. Ou antes, a base do brioche, que precisava de ser mais torrada para aguentar os sucos da carne e de tudo o resto. Não estava, por isso ficamos com um pedaço de pão empapado, que temos de por de lado. Pena.
Aliás, este é também o problema do bolo do caco no prego Pregunto (presunto, cebola caramelizada e couve roxa), que ainda fica mais empapado e nem dá para comer à mão. Não sou nada adepto de hambúrgueres com 3 camadas de pão, mas para isso não acontecer aos normais, o pão tem de ser mesmo bem torrado.
Carne boa, ingredientes de qualidade, não há dúvida. Mas era só ter mais alguma atenção ao pão.
De resto, comemos umas hóstias de alheira para a entrada, boas, acompanhadas de um molho de mel interessante. E fechamos com um excelente crumble de pêra, muito muito bom.
Se é uma hamburgueria tão surpreendente e excelente como nos diziam? Não, ou pelo menos não achámos. Mas é sem dúvida melhor que a maioria. O The B Temple ganha muito com o espaço e não defrauda expectativas. Ainda que os preços sejam um pouco mais elevados do que se esperava (os acompanhamentos são pagos à parte). Sendo melhor que muitas das hamburguerias que existem por Lisboa, não é “A” hamburgueria, porque falha em alguns aspectos importantes.
Há hambúrgueres melhores em Lisboa.
Preço Médio: 15€ pessoa (com cerveja)
Informações & Contactos:
Rua Serpa Pinto, 10 | 1200-445 Lisboa | 214 079 398
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