Uma adega com petiscos e demasiadas formalidades.
Se um restaurante é o resultado a união do espaço, o serviço e a comida, é importante que os 3 eixos estejam mais ou menos alinhados. Podem não ser todos bons, mas devem seguir a mesma direcção. Ora, no caso da Adega Victor Horta, não seguem.
Porque se o espaço é interessante e promove o convívio – replica uma adega, com muita madeira e pedra, aliada a uma boa iluminação – a ementa ajuda também, com uma lista de petiscos e alguns pratos de cozinha portuguesa. Aliás, um destaque claro para o facto da cozinha não ser fechada e podermos ver o chef a cozinhar (sempre interessante) e para a utilização do forno a lenha na confecção dos pratos, que lhes dá um extra de sabor. O problema é o serviço, que é demasiado formal… Formal ao ponto do empregado andar de farda tipo smoking e luvas brancas, fazer vénias aos clientes, etc. O que é bastante estranho num espaço que pretende apelar à descontração. Não faz sentido, percebem?
A comida é interessante ainda que tenha altos e baixos… Começamos com o pomposo “Catalão” de porco preto, mas Assado… que, na realidade, é chouriço assado. Bom, mas não deixa de ser chouriço assado. Para prato principal, Frango do Campo recheado com Maçã e Molho de Frutos Silvestres, com o frango bem cozinhado mas com o molho de frutos vermelhos a muito intenso, o que torna o prato demasiado doce. E terminamos com a Mousse de Vinho Branco com Molho de Uva, que é surpreendente e muito boa, especialmente a textura que ainda nos remete para as graínhas das uvas.
Para acompanhar a refeição, tanto a cerveja como o vinho são de produção caseira: a primeira que não é uma pilsner tradicional mas uma espécie de mistura com vinho, e o vinho que sendo de produção caseira, podia ser melhor.
Enfim, há aqui coisas interessantes e que podem resultar. Pena é a formalidade extrema no serviço.
Preço Médio: 25€ pessoa (entrada e prato, com cerveja)
Informações & Contactos:
Rua do Cais de Santarém, Nº8 | 1100-104 Lisboa | 21 882 5082
[codepeople-post-map]