A simpatia não compensa tudo o resto… 🙁
Isto até podia ser uma piada sobre alentejanos, mas infelizmente não é: fomos almoçar ao restaurante A Adega, em Montemor… e demorámos mais de 3 horas. Nope, não é piada, foi mesmo assim. E por mais que isso pudesse ser um pormenor, porque tudo o resto tinha sido fantástico, pois que não foi. E isso é uma pena.
A Adega fica mesmo no centro de Montemor, numa rua estreita, e já tinha o restaurante referenciado há algum tempo, na lista interminável de restaurantes que quero visitar. Restaurante tradicional, comida alentejana, boa carta de vinhos… tinha tudo para correr bem. Por isso, num Sábado ao almoço, passamos por lá. E somos recebidos de forma simpática, mesmo num restaurante quase cheio. Aliás, isso é das poucas coisas positivas que podemos dizer do nosso almoço n’A Adega: o serviço é realmente muito simpático… mesmo no meio de todo o caos.
O couvert chega rapidamente à mesa, assim como o vinho da casa. Estamos com fome (e sede), por isso rapidamente ficamos sem nada na mesa, enquanto esperamos pelos pratos principais. Vemos azáfama e alguns pratos a passar para outras mesas, ainda que não muito frequentemente – e aqui começamos a perceber que vamos ter de esperar um bocado. Só não sabíamos era quanto tempo…
Vimos passar algumas Sopas de Cação, algumas Migas com Carne de Alguidar, um ou outro Bacalhau… mas mesmo que nos tenham dito duas vezes que a nossa comida estava quase a sair, esperámos mais de 1 hora até perguntar de forma mais assertiva qual era o problema. E foi aí que foram à cozinha e confirmaram que o pedido nem estava lá, nunca tinha saído do balcão. Pois… Desculpa e mais desculpas, promessa de que era rápido, mas esperamos mais meia hora pelo Naco na Pedra (aliás, pelas pedras) e por umas Batatas de Rebolão.
Se a carne do Naco já não era a melhor que já comemos (muito nervo, muito nervo mesmo…), então a Carne de Alguidar que acompanha as Batatas de Rebolão é uma miséria. Dura, muito passada, quase a roçar o incomestível. As Batatas de Rebolão são basicamente batatas com o tempero tradicional da açorda, só que cozidas… o que é incrivelmente desinteressante. Especialmente com esta carne. Ou seja, passado tanto tempo, os pratos voltam para trás com comida.
Por tudo isto, até temos medo de pedir sobremesa, e debatemos isso na mesa. Mas sabemos que a maioria das sobremesas em restaurantes alentejanos são boas, por isso a nossa ideia é que talvez a sobremesa aqui possa redimir tudo o resto. Só que nem por isso… O Bolo Mel e Noz d’A Adega sabe demasiado a mel, ao ponto de ser enjoativo, não está minimamente equilibrado. E isso – mais uma vez – deixa-nos de rastos, porque queríamos mesmo que fosse bom…
No final, temos um desconto na conta pelo facto da carne de porco estar mesmo má, o que foi muito simpático. E porque a cozinheira (e dona) do restaurante vem à sala perguntar como correram as coisas… sendo que só lhe contamos uma parte. Ou seja, o desconto não é feito pela demora de mais de 1h30 para chegar a comida ou pelos mais 25 minutos que esperámos para pagar, que foi o que realmente marcou a experiência e não nos faz querer voltar ao restaurante A Adega. Porque não há comunicação entre as 3 pessoas que andam entre sala e cozinha, nada.
Percebemos perfeitamente que a pandemia forçou muitos restaurantes a mudarem a sua forma de servir, e a escassez de mão de obra está a destruir o resto destes espaços. Mas, por mais que nos custe, nem toda a simpatia do mundo pode fazer-nos esquecer este almoço, que foi desastroso.
Preço Médio: 18€ pessoa (com vinho da casa)
Informações & Contactos:
Rua do Pedrão, 8 | 7050-248 Montemor-o-Novo | 266 181 599