É mais rápida uma lesma a subir o Evereste…
… do que a mesa toda a ser servida no Treestory! Até poderia parecer uma metáfora, mas por acaso até não é! Foi a piada partilhada por praticamente toda a gente na mesa durante o jantar desastroso que tivemos no Treestory, o único restaurante georgiano de Lisboa. Porque a lesma que podem ver nas fotos em baixo estava no chão, ao lado da mesa, quando chegou o primeiro prato principal do grupo… e subiu pela parede até chegar ao topo da montanha no papel de parede, ainda antes da última pessoa do grupo ser servida. Quanto tempo durou? Uma hora.
Sim, isso mesmo. No nosso grupo de 12 pessoas, a diferença entre o prato principal que chegou para a primeira pessoa até ao que foi entregue à última pessoa, foi de uma hora. Uma hora!!! Aliás, até foi uma hora e cinco minutos, mas arredondamos para baixo. Isto depois de termos perguntado várias vezes e a resposta ser, invariavelmente: “Já está a sair”. Só que não.
Os pratos foram chegando à mesa com a velocidade de… uma lesma. Ou menos, aliás. Iam chegando em grupos de dois ou três, mas sempre com uma diferença de dezenas de minutos em relação aos que tinham sido servidos noutra ponta da mesa. E não estamos a falar de entradas e depois pratos principais, não. Estamos a falar de todos os pratos principais! Porque as entradas até foram rápidas a chegar à mesa, e sem grandes diferenças entre elas.
Curioso foi que nunca houve um pedido de desculpas, nem quando perguntámos e reclamámos repetidas vezes. Até foi mais caricato, porque quando nos queixámos a última vez, quando bateu a 1 hora de diferença, a resposta foi que já tinham sido servidos todos os pratos pedidos. Estranho, não é? Reforçámos que não, porque duas pessoas ainda não tinham recebido pratos, e nem dissemos quais eram… e, por milagre, 5 minutos depois, lá apareceram os últimos pratos. Que coincidência!
No final do jantar, depois de termos esperado mais de 1 hora por todos os pratos principais… fomos pressionados para pagar e sair da mesa, porque a zona de “esplanada” ia fechar. É irónico, não é? Teríamos saído mais cedo ser… deixem-me pensar… se calhar se todos os pratos principais chegassem mais ou menos ao mesmo tempo.
Ora, no meio de tudo isto, podia ter sido só o serviço a ser desastroso, não era? Só que não… Porque é verdade que as entradas que pedimos eram todas bastante interessantes – com destaque para os Rolos de Beringela (com pasta de nozes, alho e especiarias), os Gebjalia (rolos de queijo com hortelã, coentros e iogurte) e a Tarte de Espinafres com Queijo.
Mas depois houve uma opinião consensual na mesa sobre o prato mais fotografado do restaurante – o Adjaruli, uma tarte em forma de barco, recheada com queijo e gema de ovo. E a opinião foi que nem o queijo é especialmente interessante, nem a massa tem sabor nenhum. São opiniões, é verdade, e como tal são subjectivas. Mas é curioso que 12 pessoas tenham achado o mesmo.
E também é irónico que o último prato que foi servido tenha sido o pior da noite. Os Kababi (carnes picadas servidas em espeto) estavam tão salgados que ficaram no prato. Estamos a falar dos dois últimos pratos a chegar à mesa, quem os ia comer esperou mais de uma hora… e mesmo assim não os comeram porque era um exagero de sal. E nem sequer nos passou pela cabeça mandar para trás e pedir outro, senão ainda hoje estávamos no Treestory.
Nos pratos principais também houve destaques positivos, como o Iakhne com Gomi (carne de vaca cozida em molho de tomate, nozes e especiarias, servida com massa de milho cozido com queijo) e o Chashushuli (carne de vaca em molho de tomate e cebola, servida com pão shoti). Mas como é que isso fica na memória se quem os estava a comer, estava simultaneamente a olhar com pena para os outros, que esperavam há largos minutos?
Não pedimos sobremesas, até porque já ninguém estava com paciência para isso, mas teria sido engraçado só para perceber a rapidez. E até podíamos dizer que estávamos a pensar voltar para provar outros pratos ou mesmo as sobremesas, mas não. Por causa de toda a situação e, também, em grande parte porque a comida não foi assim tão boa que nos fizesse passar por cima do resto nesta experiência no Treestory.
Ou seja, no final, a experiência no Treestory não foi positiva. E, novamente, foi uma opinião unânime. Falhas no serviço podem acontecer, é verdade, mas não nos parece normal que exista uma diferença de 1 hora e 5 minutos entre pratos principais a serem servidos. E é ainda menos normal que isso aconteça sem nenhuma justificação ou pedido de desculpa, quando chamámos a atenção ao serviço diversas vezes. Enfim… o que vale é que nos fomos divertindo com a lesma.
Preço Médio: 25€ pessoa (com vinho)
Informações & Contactos:
Rua Luciano Cordeiro, 46 A | 1150-069 Lisboa | 21 583 7058