STREET FOOD EUROPEAN FESTIVAL

Um festival europeu com (des)organização à portuguesa…

O primeiro Festival de Street Food em Portugal foi um sucesso a nível de pessoas. Mas nem tudo funcionou bem a nível de organização, ainda que tenham trabalhado para melhorar isso ao longo do tempo do festival. Alguns problemas foram solucionados, outros não…
Mas vamos ao Street Food European Festival por pontos.

ORGANIZAÇÃO: péssima de início… mas melhorou até ao fim do festival
– não sei se estariam à espera de apenas umas 200 pessoas, mas com toda a divulgação que foi feita, teriam de estar preparados para os poucos milhares que lá apareceram (e atenção que eram poucos, não estava muita gente, havia era falta de organização)
– a ideia de trocar dinheiro por fichas para usar nos food trucks só faz sentido para a organização poder controlar as receitas mais facilmente, porque para os visitantes é, no mínimo, chato
– pior do que isso, por não estarem à espera de tanta gente (e não terem um sistema de recolha de fichas), as fichas acabaram 1 hora depois do festival ter aberto
– isto fez com que pessoas estivessem quase uma hora na fila à espera, com os food trucks vazios… (felizmente o sistema mudou passadas as 2 horas iniciais e com o passar dos dias foram aumentando o número de postos para a troca)

– 3h depois de abrir o recinto já havia alguns food trucks fechados por falta de stock… mesmo com a situação das moedas!
– isto só demonstra que a organização não estava minimamente preparada para receber pessoas, ou então não transmitiu números reais aos participantes, o que ainda é pior…
– dava para perceber quais os food trucks que ainda tinham comida, porque era onde havia fila
– onde ainda havia comida, ela ia acabando aos poucos, o que significa que depois de longas esperas nas filas, as pessoas corriam o risco de chegar à sua vez e já não haver ingredientes ou o prato completo
– de notar foi também a ausência de quase metade dos food trucks previamente anunciados, e sem qualquer tipo de explicação… se calhar nem toda a gente repara, mas quem ia à procura deles percebe (foi o caso dos nacionais BrigaDoce, Quiosque Charcutaria Lisboa, Espeto by Chef Moi ou os internacionais Food Nomads, B-Gourmet e Fish&, entre muitos outros).

RECINTO: MAU… mas também foi melhorando ligeiramente
– tendo em conta que o recinto faz parte da responsabilidade da organização, mistura-se um pouco com o ponto anterior…
– a ausência completa de casas de banho no recinto foi uma falha grave no início, mas foi colmatada passado o primeiro fim-de-semana
– por falar em ausências, faltaram também zonas de sombra (mesmo que o tempo esteja inconstante, não custa nada arranjar uns chapéus de sol, até porque logo no primeiro dia as temperaturas chegaram aos 29 graus)
– mesmo sendo street food, deveriam haver mais mesas e cadeiras (foram aumentando com o passar dos dias, é verdade)
– finalmente, só 2 bares para todo o recinto são claramente insuficientes (e geram filas enormes)…

COMIDA: ALTOS E BAIXOS (a que existia disponível…)
– muita oferta conhecida (Bolas da Praia, Yonest, Mister Pig ou Bifanas de Vendas Novas, etc.) e outra nem por isso, mas nem toda com bom aspecto
– mas tendo em conta que a regra nestes dias foi “há fila onde ainda há comida”, eis o que conseguimos provar:

street food european festival comida de rua estoril 4
– na Focaccia in Giro, uma focaccia bem recheada mas com a massa demasiado seca;
– no Crabbieshack (um dos ex-libris do festival), enfrentamos a fila enorme para provar os soft shell crab burguers, com o carangejo panado muito gorduroso pela pressa em aviar clientes mas com um bom pão e alguns ingredientes interessantes (mesmo com muita coisa em falta, o que tem romã e cebola vermelha é bom, e o que tem pickle de pepino e maionese de wasabi é ainda melhor);
– na Hamburgueria Carne Mertolenga estava uma das maiores filas (que também era à sombra) mas vale a pena provar o hamburguer porque a carne é realmente muito boa;
– igualmente bem servida e simpática de sabor é a tábua de queijos e enchidos da Tasca Itinerante;
– mas a surpresa esteve mesmo no Mozao e o seu gnocco fritto, que são uma espécie de gnocchi maiores, com uma massa estaladiça por fora mas fofa por dentro, muito saborosa, a que podem ser acrescentados recheios ou então complementos como prosciutto ou mortadela… Excelente!

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– a grande desilusão foi a Waffelaria (provavelmente com tanta fila por ter aparecido no Shark Tank português há uma semana), porque na realidade os waffles não têm nada de diferente dos outros que comemos por aí, aliás, até arrisco a dizer que a massa é mais massuda…
– a intitulada “Melhor Sandes de Porco Fumado” (Carrinha Cozinha da Estrella Damm) é realmente a melhor sandes que comemos no festival, bem servida, o porco saborosíssimo e com um toque fumado perfeito, acompanhado com uma excelente maionese de bacon… Enfim, de comer e chorar por mais! Parabéns ao Chef Nuno Diniz e ao Rodrigo Menezes!
(e não esquecer o miminho que é o muffin de porco que também aqui há, um bolinho com um sabor muito especial);
– 45 minutos na fila do Walkamole para comer um burrito bastante bom, bem recheado e condimentado, com o apontamento dos nachos no interior a darem-lhe uma óptima textura crocante;
– outra expectativa era a salsicha da Maria Wurst (não são cachorros, aquilo são mesmo salsichas a sério)… provámos a Merguez, excelente a dita salsicha mas a desilusão foi o pão, muito desinteressante em contraste com o resto;
– finalmente, resolvemos ir à Cucina Lisboa experimentar uma piadina de salmão fumado, mozarela, tomate e rúcula, mas embora a massa fosse interessante o recheio era quase inexistente, principalmente o salmão, o que nos deu a impressão de estar a comer massa com massa…
– e ainda bebemos um bom café no Copenhagen Coffee Lab.

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PREÇOS: INCONSISTENTES
– estamos em Portugal, onde o conceito de street food ainda está no registo “roulote com bifanas ou coratos”, e a preços baixos
– por isso, parece-me complicado pagar 7,5€ por um hamburguer ou 4,5€ por uma sobremesa…
– e percebo que as ofertas internacionais tenham mais custos, mas a diferença de preços para os food trucks nacionais não deveria ser tão grande.

No final, há coisas a retirar do Festival para melhorar a próxima edição. Mas também nem tudo foi mau, desde a organização e principalmente na comida. E mostrou que esta pode ser uma tendência por cá também!

Preço Médio: pratos e menus entre os 5€ e os 18€ (mas varia muito entre os food trucks)

Informações & Contactos:
Jardins do Casino do Estoril | 4 a 12 de Abril 2015

1 comentário em “STREET FOOD EUROPEAN FESTIVAL”

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