Mais uma “tasca moderna”, mas mais do mesmo…
2013 é o ano das hamburguerias, definitivamente. Mas também é o ano das tascas modernas, espaços que vão buscar a sua inspiração às tascas tradicionais mas dão-lhes uma decoração ainda mais vintage e uma roupagem mais contemporânea na apresentação dos pratos. Em Lisboa, são muitas. E são quase todas iguais…
O Secadegas abriu há uns 2 meses, e com uma grande projecção mediática, pelo menos em imprensa e na net. Reportagens constantes nas mais variadas revistas, artigos em sites e blogs, etc. Sempre focando o conceito de restaurante de bairro, com a decoração a ser oferecida pelos vizinhos, enfim, um espaço para ir frequentemente e estar com os amigos, a petiscar. Nada de inovador, é verdade.
Ora, depois de 2 tentativas em que voltámos para trás (a primeira porque estava lotado e a segunda porque o restaurante encerra aos fins-de-semana), à terceira foi de vez.
O espaço é exactamente o que estamos habituados neste tipo de restaurantes: mobiliário vintage, decoração variada mas sempre com o mesmo estilo, louça a condizer. Muitos quadros na parede com os ditos artigos acerca do restaurante, talvez desnecessário para um espaço com poucos meses de vida.
Ementa curta, com os mesmos petiscos de todas as outras “tascas modernas”, mas com alguns bifes que, a julgar pelos artigos que lemos nas paredes, fazem a diferença. Por isso mesmo, resolvemos fazer um misto de entradas e bifes, para tirar as teimas.
Escolhemos os mais destacados nos artigos e começamos com uns ovos mexidos com farinheira saborosos mas onde faltavam salsa ou coentros para os tornar melhores. Seguem-se os rolinhos de salmão com queijo creme fraquinhos e acompanhados por um doce que simplesmente não se encaixa no prato. E terminamos os petiscos com uns chocos fritos melhores que o resto, mas ainda assim sem aquele algo de especial que os faria ser muito bons.
Doses pequenas.
Sem estarmos deslumbrados, eis que chegam os bifes. Em primeiro lugar, afogados em molho – e literalmente, porque depois de retirar o molho todo percebemos que também o bife é relativamente pequeno. O da casa, com queijo chèvre e frutos silvestres, é demasiado intenso (exactamente porque tem muito mais queijo que bife); o de molho de cogumelos e mostarda com whisky é melhor, mas a pasta de cogumelos domina todos os outros sabores do molho. A carne é boa e tenra, as batatas são caseiras, mas a salada é de pacote.
Sobremesas habituais, de onde provámos o bolo de bolacha que, mesmo sendo servido em fatias minúsculas, é bom.
Carta de vinhos ridiculamente pequena para um local que se quer destacar pelos petiscos à volta de um vinho. Estamos a falar de 8 referências e 2 delas são vinhos da casa.
Serviço atencioso, mas sem surpreender.
No final, abaixo das expectativas (se calhar porque eram altas, depois de tanta coisa lida). Porque quando há tantas casas do mesmo género a abrir, é preciso que cada uma não só tenha uma identidade própria, mas que também tenha elementos que a destaquem do resto. E aqui não encontrámos nada disso. A não ser talvez o preço, que é relativamente mais baixo do que nos outros “parentes” (talvez por estarmos nos Anjos…).
Preço Médio: 20€ pessoa (com vinho da casa)
Informações & Contactos:
Não tem multibanco e está fechado aos fins-de-semana.
Rua dos Anjos 23 c/D | 1150-Lisboa | 21 886 0570
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