Praia, história… e tacos!
Agora que voltámos à realidade, vamos deixar aqui algumas informações sobre a nossa viagem ao México, mais especificamente à zona da Riviera Maya, para quem esteja interessado em fazer o mesmo.
Marcámos viagem com cerca de 4 meses de antecedência, mas não é preciso fazê-lo porque há sempre programas de última hora. No nosso caso, o valor do pacote com tudo incluído era de cerca de 1.300€. O México é dos destinos mais vendidos nas Caraíbas, por isso basta ter paciência e ir vendo os valores. E embora algumas épocas sejam melhores que as outras, está sempre sol e calor, por isso vão quando vos apetecer.
Fizemos a reserva através da Agência Abreu, que tratou do processo com alguma lentidão mas sem problemas de maior. Só tivemos mesmo um problema com a operadora turística, que cancelou o voo direto de Lisboa a um mês da viagem. A solução apresentada pela Abreu foi fazer o vôo a partir de Madrid, tratando nós da viagem até lá. O que, na realidade, compensa imenso: poupamos 300€ no pacote total e gastámos apenas 80€ em viagens ida e volta para Madrid.
E, no nosso caso, até aproveitámos para ir uns dias mais cedo e começar as férias com cañas e tapas!
Escolhemos o México como destino, mais propriamente a Riviera Maya, porque tem as melhores ofertas preço-qualidade e ainda fica relativamente próximo de zonas arqueológicas (e não só) muito interessantes. Toda esta península é povoada de resorts, está bastante preparada para o turismo.
Na zona optámos pelo Barceló Maya Beach, um dos 5 hotéis do resort Barceló. São todos praticamente iguais e com serviços semelhantes (exceptuando um deles, que tem um regime só para adultos), por isso podem escolher o que preferirem. Podemos transitar entre os hotéis, utilizar os vários buffets, bares e piscinas.
Praia privativa, várias piscinas, buffet variado, muitos restaurantes temáticos que não valem a pena, animação noturna, bebidas não muito más no regime “all inclusive” (têm álcool e, se pedirem para colocar ainda mais, os empregados fazem-no). O serviço é atencioso, eficiente e simpático, ainda que se torne ainda mais tudo isto se deixarmos uma “propina” (ou seja, a gorjeta). Vemos principalmente os hóspedes americanos a fazê-lo, é verdade, mas não é obrigatório. De todo!
O hotel não é novo e isso nota-se em alguns pormenores, desde a pintura à decoração, mas nada de muito grave, até porque o serviço de limpeza é bastante bom.
Em relação a regras e restrições de Covid-19, há obrigatoriedade de uso de máscara nos restaurantes, buffets e zonas comuns, como tem sido habitual, mas nem sempre se cumpre, por causa do calor e humidade (e sendo a maior parte do hotel ao ar livre, nem faz assim tanto sentido). Todo o staff está sempre de máscara, há pontos de higienização em todo o lado e podemos manter distâncias de segurança desde que o queiramos fazer.
Em termos de FAUNA é mesmo uma questão de sorte… nós chegámos num domingo e até quinta o hotel esteve a 30% da lotação, muito calmo. Na sexta-feira chegaram grupos para fim-de-semana que eram mais barulhentos, mas nada de insuportável. Este é o ponto que é mais influenciado pela época do ano em que forem de férias, claramente: nos meses tradicionais de Verão o hotel está cheio de famílias mexicanas com crianças, porque correspondem às férias escolares.
A praia de cada hotel do resort é privativa e tem espreguiçadeiras… mas não tem chapéus. Os chapéus são as árvores, mas como são muito altas, acabam por fazer pouca sombra. E isto, tendo em conta que o sol já está muito forte logo às 10h da manhã, é um ponto menos positivo.
Em relação ao sargaço… há algum, sim, não só neste hotel mas em toda a zona da Riviera Maya. Não há limpeza da praia ao final da tarde, mas a maré leva-o e traz de volta durante o dia. Não é impeditivo de ir a banhos nem de estar na praia, mas que o há, há. A água é quente, límpida, mas a areia é branca, por isso não contem encontrar peixes e tal. É mesmo só para ficar de molho… o que, por si só, já é fantástico!
Temperaturas altas, algumas chuvas tropicais, calor intenso e muito húmido, ao ponto de estarmos sempre a suar. As chuvas são daquelas que duram 2 a 3 minutos e depois volta o calor. É imprescindível levar muito protetor solar (biodegradável, por causa das excursões) e também repelente, porque depois das chuvas e ao final da tarde/noite há imensos mosquitos daqueles que nos comem vivos!
Além de praia e resort, esta zona da Riviera Maya permite fazer algumas excursões a locais mais culturais ou simplesmente de diversão. Não marcamos nada através do operador turístico, marcámos com a Explora Tours, que podem pesquisar aqui.
Os valores são ligeiramente mais baixos mas as melhores vantagens são outras: é uma empresa portuguesa que opera no México há vários anos, os grupos são mais pequenos (máximo 12 pessoas), é tudo mais personalizado e vamos aos locais turísticos e a outros muito mais escondidos e fora do circuito comercial. E, acreditem, isso muda completamente a experiência, para melhor.
O Miguel Castela (dono e host das tours) é uma pessoa top, viajou por todo o mundo, cheio de bom humor e histórias para contar. E, mesmo fora das tours, dá dicas fantásticas para aproveitar ao máximo os dias nesta zona. Altamente recomendado!
Fizemos 3 excursões: a primeira à cidade Maya de Tulum, com as ruínas de vários edifícios espalhados numa zona enorme, mesmo na costa; depois fomos às ruínas mayas de Koba, onde vimos a primeira pirâmide e outros edifícios mayas; passámos ainda por um cenote, que são bolsa de água subterrâneas, escavadas no solo; e terminámos numa autêntica aldeia maya, para conhecer um pouco dos seus hábitos e modo de vida.
A segunda foi a Chichén Itzá, como não poderia deixar de ser, que é algo que impressiona pela sua grandiosidade e pelo contexto que nos é transmitido pelo guia; de seguida fomos a outro cenote, este mais a céu aberto; e a tour acabou com uma passagem rápida na localidade de Valladolid, onde podemos ir às compras em lojas locais (daquelas onde não vão os turistas, e por isso mais baratas).
Finalmente, fomos ao Xcaret, que um parque natural que faz uma representação do México, das suas culturas e animais, com algumas atividades aquáticas (quase todas pagas à parte) e com um fantástico espectáculo ao final do dia. Honestamente, como visitámos muitas coisas durante estes dias, sentimos que o parque é só para turistas.
Tem representações de ruínas, de edifícios, tem animais… mas vale mesmo pelo espectáculo, porque tudo o resto é para turista ver. Por isso, achámos um bocado caro no seu todo. Além disso, se quiserem ir, não precisam de comprar uma excursão, porque o parque fica a cerca de 20 minutos do complexo Barceló, podem comprar os bilhetes online e simplesmente ir num transporte público (já falamos sobre eles de seguida).
Nestas 3 excursões gastámos cerca de 300€ por pessoa, com almoços incluídos. E depois, com dicas do Miguel da Explora Tours, fizemos ainda alguns passeios extra. O primeiro foi ao cenote El Eden (que fica mesmo perto do complexo Barceló, são cerca de 15 minutos a pé), e este foi o cenote mais bonito dos 3 que visitámos, porque ser o mais aberto e amplo, com uma fauna e flora fantástica.
Fomos também à baía de Akumal (cerca de 20 minutos de carrinha), onde podemos fazer snorkel para ver tartarugas. Não estamos a falar daquelas atividades onde nos dizem que “podemos ver” uma tartaruga, nada disso, aqui há imensas, por isso vamos inevitavelmente ver algumas, mesmo perto de nós. É uma atividade imperdível, uma experiência incrível!
E fomos ainda visitar a localidade mais próxima do resort, Playa del Carmen, que tem uma marginal cheia de lojas e restaurantes. É bom para quem quer fazer compras ou fazer uma refeição fora do hotel, por exemplo. Mas se forem a restaurantes, lembrem-se que no México os empregados esperam uma “propina” (e apontam para entre os 10 e os 20%).
Todos estes passeios e visitas fora de tours podem ser feitos usando os transportes públicos, que são pequenas vans que fazem a via rápida principal de um lado para o outro. São completamente seguras, o preço é baixo e está tabelado, e eles param assim que vêem gente na estrada. O hotel vai tentar vender-vos transfers ou taxis, mas realmente não vale a pena porque fica sempre mais caro.
E em relação a comidas/restaurantes? Bom, tendo em conta que fomos em regime de “tudo incluído”, grande parte das refeições foram feitas no hotel. O buffet dos hotéis Barceló é dos melhores que já experimentámos, tanto a nível de variedade como de quantidade e qualidade, com noites temáticas com alguns pratos diferentes.
Os restaurantes temáticos (podem marcar 4 por estadia) obrigam os homens a levar calças (o que não faz sentido nenhum num resort de praia) e, honestamente, são o elo mais fraco do resort. Grande parte da comida é a que encontramos no buffet durante a semana, por isso a principal diferença é sermos servidos à mesa em vez de irmos ao buffet.
Nas excursões os almoços estão incluídos, em restaurantes mais ou menos tradicionais. Há sempre buffets, mas a comida é mais caseira do que no resort. O melhor de todos os buffets em excursão foi o do restaurante mexicano do Xcaret, com uma qualidade muito acima da média!
No México, e claro, na Riviera Maya, comem-se muitos tacos, é verdade, mas há mais do que isso! Há muita carne, entre frango, vaca e porco, quase toda cozinhada guisada, acompanhada com arroz e feijão e banana frita. é claro que depois podem usar tudo isto para rechear um taco e pronto. Várias salsas sempre disponíveis, umas mais picantes que as outras, por isso é ir experimentando.
Mas o melhor que podem fazer no México é aquilo que podem fazer em qualquer outro país: comer street food! Nesta zona do México há spots à beira da estrada a vender tacos e outras comidas rápidas, por isso, nas excursões ou em simples viagens que façam, arrisquem! Geralmente a comida é mais apurada, os sabores são mais intensos, é tudo mais caseiro.
E, se tiverem sorte, ainda encontram vendedores com pequenos snacks como estes em baixo. Sim, é o belo do gafanhoto frito!! 😉
Resumindo, o México, mais especificamente a Riviera Maya, é um excelente destino de férias. As praias são fantásticas, as pessoas são simples e amigáveis e, claro, a comida é muito boa! E mesmo escolhendo a Riviera Maya como destino, há muito mais para fazer do que simplesmente ficar no resort. Quem quiser ficar, tem com o que se ocupar, mas quem quiser conhecer outras coisas, tem imensas opções para o fazer.
Boa viagem!