Picanha. Da boa. À Bruta!
Há restaurantes que pecam por uma oferta muito diversa na carta, por quererem agradar a todo o tipo de pessoas. Isto é transversal a todos os tipos de comida. É uma estratégia que resulta, não duvido, mas há ocasiões que pedem outro tipo de restaurantes. Restaurantes onde saibamos para o que vamos, porque a escolha é feita por nós. Restaurantes simples, que não nos fazem estar a pensar naquilo que nos apetece, porque nos reduzem as opções… alguma vezes a apenas uma opção. Só isso.
E a opção no Q Picanha é… picanha! À bruta! Ou, como quem diz, em formato “all you can eat”. Parece simples, não é? Simples e perfeito para grupos pequenos ou grandes, que enchem completamente o restaurante na noite em que lá fomos jantar. E, pelo que percebemos, em todas as outras noites!
Ora, vamos directos ao assunto: a picanha do Q Picanha é fantástica! O corte é fino, a carne vem mal passada – como pedido – e com tempero no ponto (ainda que tenhamos sal na tábua, se quisermos acrescentar). Pode ser servida com ou sem alho, mas a qualidade é sempre a mesma, ou seja, fora de série!
As doses não trazem logo muitas fatias, para a carne não ficar fria (o que acontece rapidamente pelo corte fino), mas o sistema digital que existe em cada mesa permite-nos estar sempre a pedir mais doses. É isso que significa o “all you can eat”, que é a maior invenção de sempre na restauração! 😉
A acompanhar a picanha temos arroz branco, feijão preto, batata frita (viciante viciante viciante!!!!!) e ainda salada mista, para quem quiser fingir que não é uma “lontra” por estar a comer dezenas de fatias de picanha! Fiquem lá com mais uma fotografia, só para criar água na boca!
Há entradas que podemos pedir antes de chegar a picanha, é verdade. Aliás, entradas que nos aparecem na mesa quase como se fossem o couvert (e não são). Honestamente, e sem desprimor nenhum por elas, mandem-nas para trás. Porque o que interessa mesmo é a picanha, e se começam logo a “encher o bandulho” com pequenas coisas, acabam por ficar cheios antes da carne chegar. E isso é um crime! 😉
Da mesma forma, também há vida depois da picanha: as sobremesas. Aqui depende mesmo de cada um conseguir ou não chegar a elas… e depois é a escolha. Nós quisemos provar a Mousse de Lima, boa de sabor mas um bocado espessa demais, e o Bolo à Eli, que é um bolo de chocolate com uma textura interior a assemelhar-se com mousse, onde tudo resulta muito bem.
Esta tendência dos restaurantes de rodízio de picanha parece ter vindo para ficar, e ainda bem. Porque desmistifica completamente a ideia do rodízio à brasileira, onde a picanha ficava sempre para o fim e os cortes de carne menos nobres e os acompanhamentos enchiam-nos demasiado rápido.
Na sua zona (Telheiras), o Q Picanha é já um sucesso, mas não vai ficar por aí. Porque os preços são convidativos e, acima de tudo, a picanha é excelente! O modelo em si é uma receita de sucesso, tanto para o restaurante como principalmente para quem lá vai jantar. Querem alguma coisa melhor do que um jantar de grupo a comer picanha “boa como o caraças”… e à bruta?! Não há, malta, não há! 🙂
Preço Médio: 20€ pessoa (com vinho e sobremesa)
Informações & Contactos:
Rua Fernando Namora, 37 B | 1600-451 Lisboa | 21 607 1530