Barulho, betos, djs.. e carne da boa!
Assim que entramos pela porta metálica do Nogueira’s Fire Food, temos os dois a mesma impressão: estamos a entrar numa cantina de escola. Mas com gente grande. Barulho, muito barulho, toda a gente a falar alto, grupos. E atenção que o restaurante é enorme (ou seja, a acústica do espaço também não ajuda) e está cheio. Dj num canto da sala a passar música e nos plasmas das paredes… vídeos de outros djs a passar música.
A segunda impressão, enquanto atravessamos a sala toda até à nossa mesa, tem a ver com o tipo de pessoas. A primeira expressão que me veio à cabeça foi “cantina de betos”… mas para ser politicamente correcto, pode-se antes dizer que 90% das pessoas que enchiam o restaurante pareciam ir logo de seguida para o Main. Ou para o Place. Ou para outra dessas discotecas com um só nome.
Rapidamente percebemos que essa onda “cool” passa dos clientes para os empregados, um misto de hipster/superfixe/somos todos amigos. É um estilo, mais nada, e não lhes falta simpatia.
Na carta temos dois grandes destaques: as carnes, grelhadas… e as pizzas, em forno de lenha. Se quisermos, encaixa-se tudo no conceito de “fire food”, ainda que as pizzas pareçam ali um pouco deslocadas. Ou não, porque a verdade é que nas mesas de grupos grandes há muita gente a comê-las. Enfim, nós vamos para as carnes.
Carnes essas que começam logo no couvert, que nos traz um chouriço bem bom. Também muito boas (e picantes!!) as chicken wings, numa dose bastante bem servida. Puxadinhas, para comer à mão e lamber os dedos – pelo menos foi assim que as comemos, mas nós não íamos para a discoteca a seguir. 😉
Mas vamos às carnes a sério! Servidas em pratos (uma surpresa aqui, porque estávamos mesmo à espera de tábuas) e com acompanhamento à parte. A picanha premium é fora de série, a carne tenríssima e muito saborosa, e o rib-eye também é muito bom (mas como a picanha é fenomenal, este parece sempre uns pontos a baixo). Nota-se que quem está na grelha sabe o que faz, porque ambos os cortes estão exactamente no ponto pedido e muito bem temperadas.
Menos interessantes, muito menos, os acompanhamentos… o esparregado com queijo da serra só sabe a esparregado e nem sequer é dos melhores; e o gratin de batata com bacon também peca pela falta do último, além de ser demasiado seco. Devíamos ter ido para as batatas fritas normais.
Satisfeitos os nossos apetites de carne, faltava aquele toque doce final. A lista de sobremesas não é extensa mas tem coisas variadas. Ficámos-nos pelo “Oreo Madness”, que é um bolo red velvet com base de Oreo, muito bom o bolo tanto em textura como em sabor. Muito bom mesmo!
Saímos do restaurante perto da meia noite e estava ainda cheio. E cada vez mais barulhento.
Em resumo, o Nogueira’s Fire Food não é definitivamente o restaurante para ir num “date”, nem se quiserem um jantar sossegado. É mais para se tiverem um jantar de grupo, ou de gostarem de se sentir “cool”, a jantar ao som de dj. Mas cada restaurante se posiciona onde quer, propositadamente ou não. Independentemente de tudo isso, a comida não tem o que apontar. As carnes são de qualidade e quem está na grelha sabe o que faz. Por isso, é aceitar o ambiente, entrar na dança e deixar a comida fazer o seu papel. 😉
Preço Médio: 28€ pessoa (com cerveja)
Informações & Contactos:
Avenida 24 de Julho, 68 F | 1200-869 Lisboa | 915 181 515