CAN THE CAN

Conservas que prometem muito… mas são só promessa.

O primeiro contacto que tive com o Can The Can foi no Peixe em Lisboa. E na altura fiquei muito bem impressionado, não só pelo conceito (pratos confeccionados tendo por base a utilização de conservas), mas pela qualidade. Experimentei uns rolinhos de courgete com sardinha que estavam divinais, e uns filetes de pregado muito bons. E como neste evento as doses são pequenas, ficou sempre a ideia de ir ao restaurante para tirar as teimas. E a inauguração do “novo” Arco da Rua Augusta é uma ocasião tão boa como outra qualquer.

Ora, porque é um dos muitos restaurantes na Praça do Comércio, a abordagem é feita como na extinta Feira Popular: vêm ter connosco para nos chamar para lá, de forma insistente. Já queríamos ir, mas deixamo-nos levar ainda assim.
Um ponto positivo é que o dono (Rui Pregal da Cunha, ex-Heróis do Mar) está presente e sempre pronto a falar com os clientes. O espaço é bastante interessante e tira partido do conceito, com exposição das conservas.

E essa questão do conceito acompanha-nos no couvert (servido numa lata de atum das grandes, muito interessante) e nas entradas, onde podemos realmente sentir a utilização das conservas não só no sabor mas especialmente na apresentação dos pratos.
Mas o problema é que, quando entramos nos pratos principais, esse conceito dissipa-se ligeiramente e nem a apresentação nem a confecção são surpreendentes. A salada de alface com atum, morangos e bacon é uma experiência interessante mas o nome seduz mais que o resultado, e o spaguetti de sardinha e molho de tomate fresco, sendo bom, não é nada de surpreendente.
Também há hamburguers e pratos mais convencionais, o que volta a não ser nada positivo para o conceito do restaurante.
As sobremesas são uma pequena desilusão, porque parecem ter sido escolhidas “para turista ver” (pastel de nata, queijadas e travesseiros de Sintra, arroz doce…). Novamente, não está em causa a qualidade, apenas a adequação ao conceito do restaurante.

O serviço é um pouco apressado, talvez motivado por estarmos nesta zona da cidade e quererem abrir espaço para mais turistas. Mas é sempre negativo sentir que nos estão a apressar para sair.

Enfim, aquilo que sentimos é que, embora o conceito seja muito bom (a ideia das conservas), a localização do restaurante obriga-o a não ser completamente fiel ao que promete. O que é uma pena…

Preço Médio: 22€ pessoa

Informações & Contactos:
Praça do Comércio, 82-83 | 1100-148 Lisboa | 914007100

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