ÁGUA DA CASCATA VAI CORRENDO NA RIBEIRA E ACABA NO MAR

Uma pérola escondida… que não é assim tão secreta!

“Água da Cascata vai correndo na Ribeira e acaba no Mar, boa noite?” É impossível conter o riso quando nos atendem assim o telefone! 🙂 E é este o nosso primeiro contacto com o restaurante com maior nome da grande Lisboa. Do qual saímos bastante bem impressionados.

O Água da Cascata vai correndo na Ribeira e acaba no Mar – que a partir daqui vamos deixar de escrever o nome, para simplificar a vida a toda a gente – abriu há menos de um ano, numa rua meio escondida de São Pedro do Estoril. Ouvimos falar da abertura e percebemos pelas notícias que se tratava de um espaço “artístico”. Artístico no sentido em que todo o ambiente retro e kitsch foi pensado e trabalhado por um artista.

Por isso, aquilo que quando entramos nos parece um restaurante cheios de velharias, na realidade foi criado para ser assim…

Sem placa na porta, percebemos que estamos no sítio certo porque as grandes janelas mostram mesas com gente a comer. Mas não são mesas normais, ou não estivéssemos num espaço pensado por um artista: cada mesa é de um estilo diferente, assim como as cadeiras e poltronas, há de todos os tamanhos e ainda há uma mesa baixa (parece de crianças) para grupos. Aliás, ainda há a possibilidade de comer numa cama, num canto da sala!

A mesa onde ficamos, de tão vintage que é, está peganhenta e cheia de marcas de utilização. Numa época em que um programa de televisão consegue fechar restaurantes, seria de esperar um pouco mais, mas explicam-nos que é do calor. Ok…

Música ambiente proveniente de um gira-discos, gente nova a servir à mesa, e clientes que oscilam entre famílias que se tratam por você, ex-jogadores de futebol, actores de tv de segunda linha e outros ilustres desconhecidos. Em comum quase todos parecem ter o facto de já serem conhecidos do espaço.

A lista não é muito grande e está dividida em 2 partes: a carta de sushi e a carta vegetariana. Sabíamos para o que íamos e por isso resolvemos escolher um pouco de cada.

Decepcionantes os palitos de vegetais que fazem parte do couvert, mas eram baratos.
A primeira coisa que provamos é o creme de abacate com leite de côco, cebola frita e pistachio, uma bela surpresa! Fica ali no meio entre uma sopa e uma papa, mas o sabor é bastante agradável e fresco.

Depois, ainda da ementa vegetariana, o arroz cremoso de espargos verdes, com chalotas braseadas e cogumelos braseados… que podia chamar-se risotto de cogumelos porque é a isso que sabe. Poucos espargos lá pelo meio mas independentemente disso, outro prato muito acima das nossas expectativas. Dose muito bem servida, com o pormenor da tagine a dar-lhe um toque exótico, e acima de tudo um equilíbrio de sabores e texturas muito bom. Um belo risotto de cogumelos, chamem-lhe o que quiserem.

Depois, ainda que já estejamos bem porque as doses são mesmo simpáticas a nível de tamanho, chega o combinado de sushi, com 20 peças. O menos interessante da noite, para ser honesto. Sim, o peixe era bom, mas nada do que nos foi apresentado era minimamente surpreendente. Como o resto até aquele momento.

A sobremesa – o crocante de maçã, uma espécie de crumble de maçã com gelado de gengibre – não foi consensual. Eu pessoalmente achei que de crumble tinha muito pouco, mas ela gostou muito do sabor a maçã e das sementes na misturada.

Para beber, um sumo natural, claro, o Amarelo (arando, abacaxi e outras mil coisas), bem bom por sinal. E surpreendentemente também!

No final, quando nos trazem a conta, parecem genuinamente interessados na nossa opinião, até porque não nos conhecem de outras visitas prévias. Gostámos sim, nada a apontar sem ser a mesa peganhenta. Opções vegetarianas muito interessantes e com excelente conjugação de sabores.

A conta não fica propriamente barata, mas muito por causa do sushi, porque os pratos vegetarianos têm preços bastante em conta. Mas o conceito do espaço é mais do que a comida que serve, e o Água (já sabem o resto) torna-se interessante por causa desse mesmo ambiente.
Uma pequena pérola escondida, que se calhar já não é tão secreta assim.

Preço Médio: 18€ pessoa (com sumo do dia, optando ou pelos pratos vegetarianos ou pelo sushi)

Informações & Contactos:
Rua 9 de Abril, 21 | 2765-995 São Pedro do Estoril | 21 468 3736

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