PANO DE BOCA

Uma boa promessa para 2014! A experimentar!

Já tinha ido ao Pano de Boca quando era um restaurante dedicado à gastronomia alemã, sem ficar impressionado, quer pela comida, quer pelo serviço, ou quer pelo preço. Isto foi há uns 3 anos atrás, e o espaço agora tem uma nova gerência. Mas mais do que isso, o que me fez entrar foi a lona no exterior, que comunica “cozinha tradicional portuguesa“, “petiscos” e “bife raspado“. Um novo conceito merece sempre uma segunda oportunidade.

À entrada, o novo Pano de Boca é igual ao antigo: um espaço sofisticado, com boa iluminação, mesas dispostas à volta da varanda interior onde podemos ver a entrada do Teatro Aberto, no piso de baixo (que ganha outra vida quando há peças a decorrer).

A ementa, como promete a lona no exterior, está virada para cozinha mais tradicional, mas não só. A promessa dos “petiscos” é a menos conseguida, porque a oferta é relativamente pouca, mas tudo o resto tem muito por onde escolher. E enquanto se folheiam as páginas, temos 3 destaques evidentes: as especialidades em barro preto de Moledo, o Pão de Abraão e o Bife Raspado. Cada rúbrica com uma pequena explicação, que nos deixa logo com a ideia de serem “parecidos” com coisas que conhecemos por outro nome. E é aqui que está a única lacuna evidente do novo Pano de Boca: estas especialidades diferentes devem ser sempre explicadas de forma a que se perceba a diferença. Senão, o Pão de Abraão será sempre interpretado como pizza, o Bife Raspado como hamburguer e os pratos em barro preto como pratos normalíssimos.

restaurante pano de boca - teatro aberto sofisticado praça de espanha lisboa 1

Como queremos tirar as teimas, vamos pedindo um pouco de tudo. Começamos com uns chocos fritos normais, a que se segue um óptimo fondue no pão, rico em sabor e texturas. O bife raspado da casa é bastante interessante, com a proporção ideal de carne para o pão e, mais do que isso, com uma carne saborosa e bem temperada (aqui o único ponto negativo foram as batatas fritas caseiras, que estavam demasiado oleosas). O pão de abraão distancia-se da pizza não só pelo seu formato oval e pelo facto dos ingredientes virem inteiros, mas especialmente porque a massa é muito mais fina e estaladiça, mas mantendo o sabor para complementar os ingredientes que, exactamente por não serem muito cortados, ficam bastante mais saborosos. Muito bom!

O bacalhau regado com azeite na telha é bom e está bem confeccionado, mas tem pouco azeite. O magret de pato é delicioso, com o pato cozinhado na perfeição e o molho de mel e laranja a darem-lhe toda uma outra profundidade. Terminamos com uma muito boa pêra bêbeda e um petit gateau com a textura certa e doce o suficiente.

Em resumo, esta mudança de conceito tem de ser melhor explicada, para que as pessoas percebam em vez de assumirem. Porque é esta explicação que faz as pessoas perceberem a diferença daquilo que vão comer.

Preço Médio: desde 10€ pessoa (optando por pão de abraão ou bife raspado), até 40€ pessoa (entrada + prato + sobremesa + vinho)

Informações & Contactos:
Rua Ramalho Ortigão (Teatro Aberto) | 1070 Lisboa | 213 878 683

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